quarta-feira, 3 de julho de 2013

O GRITO








NA NOITE PERDIDA



Olavo Fuentes







Hati monge

Monge inquieto

Monge sacana

Monge capeta



Vendia ilusões

(Não se iludia)



Tinha fantasias

Com elas vestia

Meus sonhos



Negou luz à noite

E um dia sumiu

Sumiram as ilusões

Sumiram as fantasias



Hati preferiu as Marias

Sem confissões

De mais de duas horas

De mais de duas voltas

Bateu pernas, voou

Nunca mais pousou

em laços de amor




Hati ficou só

E Hati pra fim de conversa

Nunca foi frouxo

Ou chorou



Como tudo é tão misterioso, Dininha?

Até hoje não sei porquê



Cadê tua filosofia?

Vem me falar de tua segurança


Eu gosto de ouvir

Ver tua palavra desenhando no ar

Bugigangas e molambos




Sabes que tens os lábios

mais moles da rua?



Quando a noite nos surpreende...

Quando a salada tem mais abacaxi...

É tão ruim estarmos tão próximos da luz    



Até a noite grita um susto na esquina   


Como tudo é tão misterioso, Dininha?







Até hoje, cadê?


Cadê, nossa noite perdida?


Cadê?








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