Destino?
Tive ódios ao perceber que a minha
linguagem era a linguagem dos versos
Nunca quis ser poeta
A merda é que não sabia falar outra língua
Meus poros se comprimiam e nas outras
línguas nada saía.
Eu me perdia.
O som debaixo da coberta.
Meu sonho
As cenas se atropelavam.
Como contê-las
revelá-las em outra linguagem
Tudo se perdia
Daí, minha resistência
Minha volta, dolorosa
De novo, o verso.
De novo, ser poeta, sem
querer ser poeta
De novo, brigando para nada rimar
buscando a rima ao contrário
mascando chicletes e dor
Um dia, disso tudo, estará o riso
dos versos loucos da minha única vida.
dos versos loucos da minha única vida.