domingo, 25 de outubro de 2009

JANELA FECHADA


O incenso do palácio

Janela fechada
chuva e incenso

lá fora, a água e o barulho da água

sutil, a fumaça é fragrância,
é perfume, é calor
aquece e afaga

toda a roupa ganha
do perfume

os corpos também
do perfume
ganham

essência de prazer

não é festim

é penumbra e não é silêncio

porque lá fora
há o cheiro da água e do chão,
da folha e da árvore

porque da madeira da água
em queima lenta
sutileza e suavidade ocupam
corpos e espaços

não há mais vazios
eu e você e o ar
lá fora, o som, a umidade e o frio

a chuva também.