Melhor conheci Belo Horizonte
em Montevidéu, ao percorrer largas avenidas
ao gritar a alegria e a liberdade
Vi a bela belo horizonte espraiando-se
de madrugadas geladas do Parque Rodó,
para as suas praias tão belas como a minha pequetita
Ramirez, onde uma única mulher dizia-se duas
multiplicava-se, ela e ela, duas formosas hermanas
Conheci antes dos poemas de Mário Benedetti,
as pernas grossas de sua sobrinha
Agora íntimo do poeta,
ouvi seus poemas como acalantos e acreditei
“Ahora, hablo, com qualquier e com ninguno”
Percorrendo ruas de El Cerrito,
entendi porque, menino, nunca me perdi,
nas montanhas do Curral.
Fui conhecer
melhor muitos belos horizontes
pelo cais do porto de Montevidéu
ao cortar suas ruas, certo, de que
encontraria a qualquer momento
outro exilado, Miguel Angel Astúrias,
para dizer-lhe meus poemas sobre seu week end
Embriagado de sons, grandes discursos
em gigantescos discos de vinil,
disposto, como sempre, a ouvir a fala do comandante
e seguir, sim, sempre, meus próprios passos,
ler seu belo poema dito de memória
no Quartel de Moncada.
A um rapaz apaixonado
só importa a pura paixão
Era só a paixão por tudo o que
Montevidéu revelava
em seu belo horizonte.
Assim, aprendi a amar uma cidade em duplicata
As duas belas hermanas