sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

BELO MONTEVIDÉU HORIZONTE









Melhor conheci Belo Horizonte


em Montevidéu, ao percorrer largas avenidas


ao gritar a alegria e a liberdade






Vi a bela belo horizonte espraiando-se


de madrugadas geladas do Parque Rodó,


para as suas praias tão belas como a minha pequetita


Ramirez, onde uma única mulher dizia-se duas


multiplicava-se, ela e ela, duas formosas hermanas









Conheci antes dos poemas de Mário Benedetti,

as pernas grossas de sua sobrinha



Agora íntimo do poeta,

ouvi seus poemas como acalantos e acreditei





“Ahora, hablo, com qualquier e com ninguno”





Percorrendo ruas de El Cerrito,

entendi porque, menino, nunca me perdi,

nas montanhas do Curral.





Fui conhecer

melhor muitos belos horizontes

pelo cais do porto de Montevidéu

ao cortar suas ruas, certo, de que

encontraria a qualquer momento

outro exilado, Miguel Angel Astúrias,

para dizer-lhe meus poemas sobre seu week end





Embriagado de sons, grandes discursos

em gigantescos discos de vinil,

disposto, como sempre, a ouvir a fala do comandante

e seguir, sim, sempre, meus próprios passos,

ler seu belo poema dito de memória

no Quartel de Moncada.



A um rapaz apaixonado

só importa a pura paixão



Era só a paixão por tudo o que

Montevidéu revelava

em seu belo horizonte.



Assim, aprendi a amar uma cidade em duplicata

As duas belas hermanas