quarta-feira, 21 de setembro de 2011

NINGUÉM PROÍBE O AMOR


Amantes (Nicoletta Tomas)



Um tiro na mulher

só porque era amada




"Não é uma acção que vence uma paixão.
É uma paixão mais forte que vence outra mais fraca."
Espinosa







O amor hoje vira cego

e é veloz como um raio

Tudo tão rápido

que nem a gota que cai da pétala

e da pétala sai



O amor muda hoje em tudo

tudo tão rápido

que Valéria amanheceu

para tombar na calçada



O amor hoje guarda tantos mistérios

tantos mistérios em tudo

Toma da mão de outra

o tiro que tira Valéria da vida



O amor não é amor amor beleza

tantas surpresas ele reparte

Valéria jamais imaginaria

alvo de um tiro em frente ao seu portão

(ela que amava tanto)



O amor é canhestro, não foi de amor

a morte de Valéria, foi de terceiras,

quartas, quintas pessoas, que sabiam

que Valéria tinha um amor proibido!







(Republicada com as alterações de Amílcar Cabral
Valente, de Mihaí Bravu, na Romênia)