Tragédia
matinal I
Quem
somos?
(Um
silêncio continuado)
Ouço
o vento freando
antes
de chegar
no
beco da Borboleta
Aos
poucos,
me desacredito
me desacredito
sem
goela para o grito
Tragédia
matinal II
Uma
puta velha conta histórias
A
índia amada nada fala
Eu
escuto
A
doce selvagem escuta
A
preta velha também escuta
A
prosa atenta revela
sonhos
de um homem que quer ser livre
Ali,
tudo o que se fala resvala nas portas
Portas
fechadas
Nem
as palavras saem do quarto
É
o momento em que até as palavras
nos
tornam prisioneiros
portas,
grilhões, cárceres, vida