Ouvir amores
Os sons do
violão
vem de longe
ecoam dentro
de mim
ampliam-se
nos versos
Sons
repetidos,
o novo e o
velho
incansáveis,
rotos,
imutáveis,
embriagadores
e ternos
como uma
chuva fina
que caiu a
semana inteira
Sons
apartando imagens
erguendo
construções,
muitas
ilusões
Em mim como o impacto
de objetos que desintegram
O estouro de
outro susto e do desfazer
Feito em mil
pedaços me recolho
em todo o
tempo de saudades
tempo de
futuros
és de
românticos
épicos e
espalhafatosos
o poético
“tempo da
insensatez”
Os sons do violão
que se repetem
repelem para fora
minhas saudades dela
Um espaço fixo, limitado/
preenchido pelo teu corpo/ ancas e seios/ o branco, o aberto, o vazio/ em teu
corpo/ movimento (é da lei)/ alegrando alargando os olhos (é da beleza)/ de
acordo com os versos.
Agora, no
espaço,
Persigo a
terra que gira
o som da
minha voz
(que te
procura)
Num vale, o
rio veloz,
a cor do meu
lápis
e as coxas
de Luzia
Dentro das
pastas pretas
o sonho das
vítimas
Lá no espaço
Persigo tua
figura
só resta o som
do
meu clamor
que vai
e me joga
(de volta) na terra
.......................