Mulher de endoidecer
Mozahir Abraham
(D’àprés Djavam)
Para
Déborah Kerr, em Wuhan, na China
Doido.
Fico
com suas luas
presas
em meus dedos
Mulher de endoidecer
Doido.
Estou
com seus silêncios
Não
respondes mais
Calada.
Eu,
falante
Distante.
Desesperado,
fico perto
Louco.
Perdido
em mim
Perdido
em ti
Disperso.
Frágeis
cacos
jamais
recuperados
Sou
cada pedaço.
Fragmentos
de ti.
Por
que a loucura
chega
pelo amor?
Respondo?
Onde
esqueci de mim?
Onde
perdi minha tristeza?
E
abandonei a minha vida?
Meu
amor, minha loucura
Na
treva e cego,
Sem
pai nem mãe
Sem
direção
Perdido
em ti
Agora.
Escapo-me
de ti
Mulher
de endoidecer,
eu
enlouqueci
amando
e
pelo amor
torno-me
peregrino
de
abraços e beijos
retirados
desta escuridão.