segunda-feira, 4 de abril de 2016

SLAVE, A LEGIÃO







O senhor da parada




Cristóvão Incaza




- Sabe onde MM está?

- Agora?

- Agora. Sim.

- Ele está no Shopping com uma escrava.

- Escrava?

- Uma menina do interior. MM tem uma legião de escravas.

- Não estou entendendo nada. Escravas?

- Ele jamais poderá desconfiar que te contei, muito menos a Andréia. Se a mulher dele souber, desconfiar. Vc conhece a mulher dele, Lá na casa dele quem manda é a Andréia. Quem administra e conduz tudo, com talento é a Andréia.

- E as escravas?

- Ponha na conta, na contabilidade, das compensações.

- Isto é loucura.

- Ele descobriu este campo imenso. Elas gostam, Ele chama e elas chegam para as sessões de escravidão por livre e espontânea vontade.

- Andréia acabará com esta festa a qualquer hora.

- Cara, tem mais de 20 anos que ele constrói esta rede de escravas. São muitas as mulheres disponíveis e que topam esta relação escravocrata.

- Sado-masoquismo.

- Nada disso. Não e não. Talvez possa ser carimbada, apressadamente, assim. Nem sempre pinta agressão física.Não tem agressão nenhuma. Acho que nunca, porque ele sempre me relata, no máximo são uns tapinhas. É mais carinho. São escravas do carinh, da atenção que um homem pode dar a uma mocinha carente.

- Não encaixa. MM?

- Ele e elas estabelecem regras. A principal é que elas têm que aceitar a submissão. Uma submissão mercantil, elas sempre saem lucrando grana, passeios, roupas novas, presentes, bons presentes, bons restaurantes, bons hotéis, passeios inacreditáveis. Ele passou uma semana com uma menininha numa pousada na Serra do Caparaó.

- ?

- Para uma escrava que completou dez anos de semanas contínuas, ele deu um carro importado de 140 mil.

- Há agressão ou não? Como dominar uma outra pessoa? Como submeter?

- Nunca aconteceu isto de agressão. Nunca feriu nenhuma delas. Nada disso. O domínio é negociado pela internet, acertado em detalhes. Os encontros são programados de acordo com o interesse delas e o que elas querem.

- Difícil entender nosso amigo.

- Não é submissão. É compra da pessoa? Também, não. Está mais para um jogo. Um jogo em que só tem campeões, vencedores. Elas vencem todas. Ele ganha todas.

- Profissionais?

- Também não. Elas não são profissionais. Ele é profi.

- Personalidade dupla.

- Múltipla, talvez. Isto porque se se colocar a relação em casa e com as escravas, aí teríamos a personalidade dupla.

- Em casa, o submisso que conhecemos, obediente. O que apanha. Lá, ele apanha mesmo. Na rua, ele é quem manda, quem dá as ordens, quem é obedecido. Por aí, sim, seria dupla personalidade.

- Só que ele tem que se multiplicar. Cada uma das escravas tem uma história e ele tem que traduzir na sua personalidade o encaminhar a escravização desta legião de mulheres e meninas escravas.

- MM e Andréia têm um casamento de quase 40 anos, cara. Ela sempre foi uma boa esposa, mãe e dona de casa. Criou os seis meninos. Estão todos formados, bem na vida e quase todos com suas próprias casas e propriedades. Só a Madalena, a caçula casa, separa e volta, enchendo a casa de netos a cada saída, a cada volta.

- Isto é fácil para eles. E ele é um marido bom marido, bom pai, bom profissional.

- E em casa, apanha, se submete. É um escravo.

- Não, não. É apenas um marido, um bom marido. Um marido padrão que toda mulher gosta, sonha e busca.



SLAVE, O PERFUME



- Você disse antes que este é um campo imenso. Significa que existem outras legiões de escravas e outros tantos senhores de escravas? Disse um campo fértil.

- A coisa é tão maluca que ele pesquisa um perfume para que as escravas possam ser identificadas e abordadas com segurança. Ele jamais esquece o nome delas. Sabe de cor o perfume de cada uma. Cheiro é a digital das mulheres que amam.