terça-feira, 16 de agosto de 2016

A ECONOMIA DOS IDIOTAS










Profetas não fazem contas



Sammuel Vitali





Todas as vezes que ouvir as previsões de um economista sobre o que acontecerá amanhã, cuidado. Não acontecerá. Toda a probabilidade é de não acontecer, mesmo.

Economista não é profeta.

Não consegue entender o futuro e muito menos explica o que aconteceu.

Isto porque economista também não é historiador.

O limite exato das contas é o limite exato dos números e é uma medida. Nem mais e nem menos.

A probabilidade é uma quase certeza numérica e uma quase certeza é uma quase verdade, uma meia verdade, e em iídiche, meia verdade é uma mentira inteira.

Uma referência para o possível é uma referência, uma possibilidade que esconde, oculta, camufla e não expõe a realidade e a verdade do percentual menor.

O outro lado - A interpretação da riqueza parte de números e não da realidade. O profeta João, no capítulo 10, versículo 10, do Evangelho segundo João, afirma que a paz é a vida em abundância e que a vida em abundância todos os homens têm.

“Eu vim para que tenham a vida e a tenham abundantemente”.

Como metáfora, como toda linguagem religiosa e todas as linguagens de símbolos – e toda linguagem se suporta sobre símbolos – há neste trecho da pretensão de que aquilo que é natural chega por intermédio de uma “divindade” como uma doação.

A vida não é nada mais nada menos do que uma certeza (uma riqueza) porque é a partir dela (a vida, a riqueza) que o ser é.

A existência é a comprovação da vida (riqueza).

A primeira e essencial riqueza do homem não se calcula em números. Não chega por números.

A vida é a riqueza e ao nascer o homem ganha a vida e é senhor da vida, é detentor de um patrimônio, a vida e de tudo o que a vida traz consigo. 

Os números grandes comportam outra história e que Tomasi di Lampedusa registra em O Leopardo e Karl Marx e Frederico Engels no Manifesto, ao assinalar que "tudo o que é sólido desmancha no ar".