quarta-feira, 1 de maio de 2019

GUERRA DE CÉREBROS





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As razões de um estadista


Rudolf Barrios (*)



A princípio estas reflexões teriam por título As Razões de um Terrorista.


Reportam às principais razões que justificam a ação política e estratégica do estadista Osama Bin Laden, sem se discutir a atividade militar, o ato guerreiro e os recursos disponíveis no jogo desta guerra específica em que de um lado está um gigante tecnológico e do outro lado um homem com um cajado nas mãos, tendo por abrigo uma gruta nas montanhas.


A palavra terrorista, com forte carga histórica, deveria merecer, embora digna, quando se luta pela libertação, quando se luta contra um inimigo de proporções maiores e de um poder de fogo descomunal, deveria merecer, ou exigiria, uma abordagem histórica que sistematizasse sua compreensão em suas diversas manifestações históricas.


O bom negócio


Hitler percebeu muito tarde que a mecânica da guerra ganhara novos ingredientes, onde o gás, onde o avião, onde as grandes bombas teriam como o mais macabro dos temperos a bolsa de valores: o negócio da guerra.


Suas noções de nação e de estado, para o componente estratégia, foram atropeladas pela novas noções que a internacionalização financeira impôs. Naquele momento, década de 1940, não haveria mais tempo de recondicionar suas munições, mudar concepções dos conflitos e das novas armas.


Não havia mais o que fazer.


A partir daí,  as guerras napoleônicas, os exércitos nacionais, as grandes movimentações de tropas, limitar-se-iam a ação de forças policiais de ocupação.


As guerras seriam traçadas por outras razões e tornaram-se, em primeiro lugar, grandes operações financeiras, com cada vez menor uso de tropas, com certeza o mais portentoso negócio, a nova indústria, a desafiar gerações a avanços tecnológicos insuspeitáveis.


Mesmo construída sobre uma fenomenal indústria de armas e de inovações, a custos estratosféricos, a nova guerra resumir-se-ia a um plano financeiro.


As armas, os políticos, as leis,  detalhes ilustrativos, decorativos, como as estrelas e a farda de um militar.


O instrutor de Snowden deixa claro que a guerra "atual", final do século XX e início do XXI, não seria mais uma guerra de trincheiras, serão poucas, de ocupações militares, serão poucas.  


Já é, uma guerra de cérebros, de inteligências. Quem teria estes "cérebros"?  A bolsa de valores.


Esta foi a grande descoberta de Hitler - só que para ele foi tarde demais.



(*) Rudolf Barrios, autor de "Deletar a guerra"