Só se ama
o outro
A cada
momento, uma música, uma frase musical, um verso domina o imaginário poético.
Todos
cantam aquela canção. A imaginação gira em torno de temas da relação entre o
homem e a mulher.
É o amor,
o desejo, o sonho, a distância, a procura, a separação e, quase sempre, a
decepção, que está no desconforto, na traição, na aceitação de que se é mais um
quando se trata de sentimentos.
Hoje, a
música de todo o tempo canta o amor inesquecível, em que não se aprende a esquecer.
Onde
dentro do jogo verbal, fala-se em ser o outro para poder, fingir,
encontrarem-se.
O outro é
percebido na distância, na separação, na dor.
Por que o
compositor popular tematiza o amor perdido ou o amor impossível, como o amor
inviável, não realizado?
Ao captar
a alma poética popular, esta é a linguagem direta.
Fala-se
de algo que se vive em todos os momentos, em todos os tempos, por todos.
Eu
entendo o que está sendo cantado. Você entende. Todos entendem e todos nós
vivemos, de alguma forma, experiências
similares.
É o amor.
E o amor
é de uma igualdade que se reproduz nos séculos e, mesmo quando ganha a roupagem
romântica, ele não perde sua essência: o
outro.