Somos
irmãos
Cai a
noite sonolenta e fria
Cobre os telhados do mundo
As copas das árvores
ainda vivas
As vias,
as veias,
os caminhos do ar
Cai a
noite silenciosa e trêmula
A mão leve e compassiva
cerra os olhos daqueles
que já não têm
como respirar
A noite
densa desafiadora
bate à nossa porta
e nos propõe questões
Que estradas queremos
percorrer?
Os caminhos se estendem infinitos
A noite
tensa provocadora
sacode as certezas
mais antigas
e nos leva
a duvidar
A noite
clara sensível
nos aponta um rumo
mais fraterno
O silêncio dos mortos
nos fala
Somos irmãos