sábado, 17 de setembro de 2022

NA VARANDA

 



 

 

 

Depois de tudo, o amor

 

Rufino Fialho Filho

 



Não falarei palavras de amor 

(nem lembro mais)


Nenhuma declaração recordada 

(o alemão não deixa)


Depois de tantos amores vividos. 

Eu e você


Depois de tantos perdidos. 

Eu e você


Amores abandonados por mim e por você. 

Eu e você


Esta estrada longa de muitas paradas perdidas. 

Eu e você


Muitos aconchegos, muitas carícias. 

Eu e você



 

Depois de tudo, só nos resta amar


Amar como se nunca tivéssemos amado


Amarmos como se verdadeiros apaixonados

 


Enfim, você e eu sabemos


Não nos resta nada,


senão o amor.

 

 

 

A partir da imagem do casal na varanda da casa de repouso, 

imagem da mulher que beija o marido internado com Alzheimer

 

 

 

 

- Quero um beijo demorado para você me descobrir