quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O ESPELHO

Duas criança





Para B. Araújo Estrada, de Curitiba






Eu a esperava


Tanto álcool


Um copo






Vira






Dois copos






O dia está claro.


Desde quando bebo?






Por que isto?


Sinto-me bem e forte


Não gosto


e nem sei por que?










Não estou só


olho uma criança


de meses






Acho que ela olha-me


Acho que ela me enxerga


Acho que ela me vê










Devo permanecer sóbrio


junto de uma criança






Ela parece minha filha






Da janela,


Lá está ela






Ela chega






Mais uma vez,


E ela desaparece






Continuo só


Agora, já não sei mais


como estou










Acredito ainda que devo


parar de antecipar


tudo






Viver mais o viver só






Na verdade, estou só






Nem mesmo a criança


que olho, eu sou mais.