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"Há um quadro lançado na parede Há um quadro esculpido na memória" Gustav Klimt |
Em câmera lenta
Vera, ainda
Há quem
dispara
seu tiro
certeiro
de cheio
destruindo
em tudo
uma vida
que tomba
câmera
lenta
da queda
insuportável
dor e
queda
que cai
sempre
na memória
vadia
do que não
quero
pensar
eu, menina
ele,
paixão
acidental
acidental
onde
explodiu
a dor,
dor, dor
a explosão
quente
a mão abre
em câmera
lenta
está lá
atrás
e está
todos os dias
aqui,
aqui, aqui
a dor de
ver
do
desespero
seu último
olhar
foi um
beijo
ardente
arrancado
de lábios
risonhos,
só sonhos,
lábios
imaginados,
nem
tocados
um beijo
ardente
em direção
ao chão
em câmera
lenta
a cabeça
bate
volta
bate
volta,
volta,
volta
a dor, meu
deus,
por que
tanta dor?
Por que?
Uma
brincadeira
A vida,
uma
brincadeira.
(Ame, lentamente,
vagarosamente,
em câmara lenta
e brinque com ela.
Faça a vida
ser alegre e feliz.
Uma brincadeira
verdadeira)