quarta-feira, 8 de junho de 2016

JANELA FECHADA








JANELA ABERTA







O incenso do palácio

cheiro de mofo

 No palácio,

Janelas fechadas



Lá fora,

chuva



Dentro,

incenso




Lá fora,

a água

o barulho da água




Sutil,

a fumaça é fragrância,

é perfume, é calor

aquece e afaga




Lá fora,

toda a roupa ganha

perfumes da mata





Os corpos também

do perfume

ganham

essência de prazer





Não é festim

é penumbra

Não é silêncio

porque lá fora

há o cheiro da água

há o cheiro do chão



Lá fora,

há o cheiro da folha

há o cheiro da árvore

da casca da árvore

(sinta!)




Da madeira e da água

mistura lenta

sutileza e suavidade

em

corpos e espaços

Não há mais vazios

eu e você e o ar






Lá fora,

o som,

a umidade,

o frio




anh!    anh!   anh!

 



E a chuva também.



É a fragância ao redor