JANELA
ABERTA
O
incenso do palácio
cheiro
de mofo
No palácio,
Janelas fechadas
Lá fora,
chuva
Dentro,
incenso
Lá
fora,
a
água
o barulho da água
Sutil,
a
fumaça é fragrância,
é
perfume, é calor
aquece
e afaga
Lá
fora,
toda
a roupa ganha
perfumes
da mata
Os
corpos também
do
perfume
ganham
essência
de prazer
Não
é festim
é
penumbra
Não
é silêncio
porque
lá fora
há
o cheiro da água
há
o cheiro do chão
Lá
fora,
há
o cheiro da folha
há
o cheiro da árvore
da
casca da árvore
(sinta!)
Da
madeira e da água
mistura
lenta
sutileza
e suavidade
em
corpos
e espaços
Não
há mais vazios
eu
e você e o ar
Lá
fora,
o
som,
a
umidade,
o
frio
anh!
anh! anh!
E a chuva também.
É a fragância ao redor