quinta-feira, 22 de março de 2018

AMIGOS AMIGOS AMIGOS



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Avôhai

Rufino Fialho Filho






“Um velho cruza a soleira

De botas longas, de barbas longas

De ouro o brilho do seu colar

Na laje fria onde quarava

Sua camisa e seu alforje de caçador

Oh meu velho e invisível

Avôhai!

Oh meu velho e indivisível

Avôhai!

Zé Ramalho





 Avô Rai

Rai é Rai de Raimundo

O nome dele é Raimundo e Rai é o apelido.



Rai virou Raí

Chegou para ocupar um espaço, que um dia já foi dele.

Agora, eu sai, ele entrou.

Meses antes, ele tentara chegar.

Agora, Rai se mandou de Brasília, 

avisou que chegaria, 

como agora, um domingo.

Não teve pega, não teve como armar nada.

Ela escapuliu dele

Para Ambrósio disse que não recebeu seu amigo Raí,

do tempo de Ronaldo,

“muito entrão”

“espaçoso”.

É meu amigo, diz ela

O mesmo que diz de todos os seus amantes,

casos, namorados,

ela os identifica, no genérico, são todos amigos.

Um amigo. Raí era um amigo.

Hoje, segunda, 9 de abril

Ele está hospedado na casa dela.

Chegou domingo de manhã.

Ela descarta qualquer possibilidade de encontrarmos.

Seca e direta. Não quer.

No domingo, depois que o Raí chegou,

ela já anunciou, segura, um “adeus”, um já não tenho mais nada.

Depois ligou

Disse: “Já que você não quer mais namorar comigo”,

Abre a porteira para um novo ou um velho gado.

Grande menininha,

minha doce santinha,

“sua sem-vergonha” 

diz o Spíndola, pincel na mão.





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