Chroniques
maritales
Álvaro
Alencastro
Eduardo
Frieiro registra em O Elmo do Mambrino, livro que reúne artigos publicados em
jornais, a tragédia do escritor francês Marcel
Jouhandeau: o casamento.
Diz
Frieiro:
“A
felicidade de Jouhandeau como autor começou com a sua infelicidade conjugal”.
Todos
os livros, mais de 40 volumes, falam da sua vida conjugal.
Em
1938, Marcel Jouhandeau ganha o “Prêmio Lasserre” pelo conjunto da obra, época
em que publica Chroniques maritales.
“Esta
obra é uma espécie de confissão pública de um marido exasperado que desnuda a
intimidade do casamento, registrando diariamente, como num aparelho de rigorosa
perfeição, as ações e reações conjugais de sua companheira – sua inimiga”.
“Godeau,
personagem de Jouhandeau, nas Chroniques,
era grande e forte, mas na sua fortaleza, até então inexpugnável, penetrou
insidiosamente a mulher, e o propugnáculo irredutível para logo se transformou
numa cidade aberta, ocupada pelo inimigo”.
“Não
encontrei em Eliza nem socorro material, nem amizade, nem aliança, nem sombra
de reconhecimento, nem ao menos piedade, mas encargos, cuidados, rivalidades,
hostilidades, dureza de coração”. (Chroniques)
“Eu
nunca tive, não tenho e certamente jamais terei mais imortal inimigo do que
ela, a tal ponto que, se eu me sentisse doente, pediria antes de nada que me
subtraíssem a sua guarda e cuidados.” (Chroniques)
Estes
depoimentos, experiências, análises, aqui recolhidos permitem, hoje, propor a
sistematização da arte de se fazer amar pela própria mulher.
Danilo Gomes
escreve sobre Frieiro quando o escritor completou 85 anos:
http://periodicos.letras.ufmg.br/index.php/literaria_corpo_discente/article/viewFile/9284/8067