domingo, 26 de agosto de 2018

NEBULOSIDADE, SAUDADE, VERDADE...




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Dançaremos o próximo tango na Argentina

 


Rufino Fialho Filho

 

Nebulosidade, saudade, verdade... um dia há de...

1.

Um dia ela saiu de casa, pegou um ônibus e se dirigiu à capital do seu estado. Pouco no bolso e nas mãos. Coração vazio. Jamais imaginaria que ali conheceria o céu e o inferno. Porque, se ela procurava o céu, o inferno estava ali mesmo, perto dela, apresentando-se como algo jamais imaginado, mas de uma força e luminosidade espantosa.

Fogo, luz, calor, emoção, pura emoção.

Ele era seu chefe e na possibilidade de ser correspondida, com coração vazio, ela embarcou no sonho.

“Vamos levar isso pra frente, moça?”

Ele a perguntou quando saíram de um motel. A experiência tinha valido a pena, embora o primeiro motel escolhido fosse quase um pardieiro (“será que é esse o valor que ele me dá?”, perguntou-se).

Vieram os encontros cada vez mais emocionantes. Dava prazer amar no escondido, bastando para compreendê-lo apenas um olhar, um gesto. Uma cumplicidade inevitável acontecia. E a paixão crescia dentro dela, cujo coração sempre batia mais forte quando o carro dele se aproximava, numa avenida movimentada e barulhenta, para dar-lhe carona até o trabalho.

“Vamos comer uma pizza?”, veio o convite.

Primeira saída, preliminar da primeira ida ao motel...

Quanta emoção, quanto desejo. Que química havia naquela pele morena que a transformava numa leoa faminta de amor? Que gosto tinha aquela boca que pouco procurava a dela? Que tipo de desejo continha aquela figura que “era todo cama, todo lençol, todo travesseiro”, conforme um dia lhe disse num bilhete.

E o tempo foi passando. Brigas, ciúmes, raiva de ser preterida num cenário em que ele era quase um rei. Ela, a bruxa má.

E o tempo passou mais um pouco. Cansada, ela arrumou as malas, pegou o pequeno filho e resolveu sair de cena. Não aguentava mais. Sentia que ia morrer de amor. E morrer só...só com o filho.

Anos se passaram sem se verem. Um dia...os dois se juntaram novamente, num telefonema, depois num quarto de hotel. Ficaram loucos de amor, revivendo uma paixão contida e sufocada pelo tempo e espaço.

O destino quis que ela voltasse à capital. Ela acabou retornando ao inferno, dessa vez de modo mais alucinante, delirante, estonteante, quase mortal. Outras mulheres no seu caminho, mais um filho ou dois, nem ela sabia.

Obscuro, tudo obscuro, escuro, medonho. Ela perdia a cabeça, batia a cabeça, chorava, uma dor no ventre e na alma. O filho, já maiozinho, apenas observava. Ele comparecia toda semana, mas não a queria como companheira, mulher. E como dispensar esse amor?

Um dia, ela juntou forças e passou uma manhã inteirinha pensando em como sair daquela tortura. “Que pena, o homem da minha vida não me quer”, concluiu. Passou a canalizar todas as suas energias na possibilidade de retorno ao seu lugar de origem. Mais uma vez precisava fugir daquela situação.

E voltou. Dessa vez ele a levou de carro, juntamente com o filho, uma cadela e as malas. Na saída dele, ela, ao lado do filho, só fazia chorar! Não o compreendia, não se compreendia, tudo nebuloso.

“Que amor era aquele que tinha que viver escondido, que não podia ser pleno?”, pensava.

O tempo continuou a passar. Os dois ainda se vendo vez ou outra. Um dia, lindo dia, ele a convidou para passear na casa de um amigo. Ela trocou os pés pelas mãos e certamente perdeu a possibilidade de um aliado.

“Não, você não deve ficar com essa maluca”, deve ter-lhe dito o amigo.

Lá se iam quase 24 anos. O amor/paixão cedeu lugar à serenidade, à maturidade. Mas ela continuou sozinha com o filho, que crescia saudável, bonito, mas à sombra da tristeza dela. O menino tornou-se homem e ela...ahhh, cada vez mais sozinha. Sua companhia voltou a ser a relaxante sensação de bem-estar proporcionada por algumas latinhas de cerveja. E cada vez mais constante.

A vida seguia assim mesmo, quando de repente, sombras do passado voltaram a povoar a mente dela. “Loucura?”, pode ter pensado ele. Ou quem sabe constatou todas as verdades que ela lhe dissera e desistiu de continuar fazendo-a sofrer?

Dúvidas, somente dúvidas voltaram a povoar a mente daquela mulher. Não somente dúvidas, aliás, mas saudades dos bons momentos vividos juntos... e tristeza na lembrança dos maus. O que se passa com ele? Que tipo de escolha fez para sua vida? O que ele deseja? Por que se obriga à solidão? Será mesmo que há solidão? O que busca? Talvez ela nunca saberá a verdade....nem ele. Talvez, talvez...

2.

A mulher fecha as cortinas. Elas temem as janelas. Querem evitar outros olhares. Ela é atenta. Nenhum vão, nada poderá ficar aberto.Ela parou o sarro para fechar as cortinas e ele observa seu corpo, sua bunda dobrada e que cresce em sua direção. Mão no pau, ele simula uma punheta e ela, fechando a cortina, sorri erguendo mais ainda a sua bela bunda.

Quem sou eu para você?

Está linda. Mudou o visual. Cortou o cabelo.

É outra mulher.

Está feliz.

- Eu estou me amando.

- Eu sou outra pessoa.

- Estou me inventando. Inventar? Inventar você mesma.

- É feliz porque as pessoas percebem que está bem e que está feliz e alegre.

- É outra pessoa porque o porteiro não te reconheceu.

- Seu psicólogo te ouve de quando em quando; eu a ouço todos os dias

- Está feliz e esquece que em dois dias transamos cinco vezes. Esquece do pau e da xoxota.

- Cortou o cabelo e esquece que me perguntou se devia ou não cortar o cabelo. Depois, lembra que quem mandou vc cortá-lo foi o filho.

.........

(Ela se enfeita para todos, para chamar a atenção certa de que quando os homens a desejam, ele fica com mais tesão – era assim que o Pedro reagia).

Se ela está feliz, a felicidade vem de dentro dela.

Se ela está bela, a beleza é a que os outros notam.

3.

A sedução – a mulher

Livros de autoajuda e profissionais esotéricos há tempos afirmam que a auto-estima é o primeiro passo para o sucesso. Misticismos à parte, fato é que especialistas em comportamento compartilham da mesma opinião. E ainda reforçam que uma mulher só se considera sexy quando está de bem com seu corpo. "A base de todo trabalho de sedução é aprender estar bem consigo. Se a mulher se acha bonita, os outros também começam a notá-la", afirma a terapeuta de casal Cláudya Toledo.

Por isso, ser membro do time das sedentárias só contribui para perder no jogo da conquista. A lição número um é abandonar a preguiça e começar a se mexer. Além de contribuir para colocar as curvas no lugar, a atividade física ainda equilibra o emocional. "Sem exercícios não se desenvolve o processo de endorfinas no corpo que se relaciona com a alegria", diz Cláudya. "Com o corpo energizado, o emocional também fica", fala. "A aparência é a mecânica de atração num primeiro momento, depois conta a inteligência emocional."

Como muitas mulheres acreditam que não levam jeito na hora de seduzir, é importante ressaltar que todas possuem um ponto forte em particular. Pode ser a maneira de falar, caminhar e de olhar, entre outros atributos. Com um pouquinho de observação e treino, cada uma pode perceber sua arma fatal de sedução. "Dançar na frente do espelho é um ótimo exercício, porque ela pode testar as posições sexies e conhecer as curvas do corpo", diz Cláudya.

Portanto, basta criar coragem para valorizar as melhores características. "A mulher tem de valorizar o que mais gosta nela usando roupa, acessórios e lingeries", afirma a personal sex trainer Fátima Moura. "Os homens são atraídos pela visão, mas eles só enxergam o que a mulher quer mostrar", comenta.

O grande cuidado, no entanto, é fugir da vulgaridade. Beber demais para impressionar no primeiro encontro só vai prejudicar a imagem, assim como exagerar no decote, na minissaia e na maquiagem carregada, ainda mais quando usados ao mesmo tempo. "Tanto o comportamento quanto a roupa devem condizer com a personalidade", fala Fátima. "A mulher não pode usar máscaras porque ela cai e o cara some depois."

E como o visual é o truque inicial para despertar os olhares masculinos, vale caprichar na produção. "A maquiagem e o cabelo não podem ser muito produzidos para não parecerem forçados", afirma a maquiadora Vanessa Rozan.

Ela ensina que sempre deve haver equilíbrio no look, ou seja, se o foco da atenção é o cabelo, a maquiagem deve ser natural e vice-versa. "Os olhos esfumados em volta na cor preta e com muito rímel é uma boa dica", aponta Vanessa. "Nesse caso, a boca deve ser discreta e só com um batom clarinho. O blush apenas deve ruborizar as maçãs do rosto." Entretanto, se a intenção for realçar os lábios, o vermelho é a opção. "Todo mundo pode usar boca vermelha", acredita a profissional.

Para conseguir se sobressair entre a acirrada concorrência feminina na corrida da sedução, as especialistas listaram cinco dicas especiais. Confira:

1. Alto astral e bom humor são a chave da conquista. Nenhum homem gosta de estar na companhia de quem reclama e fala de problemas o tempo todo;

2. Manter a autoconfiança vai ajudar a valorizar os pontos fortes. Quem está de bem com o próprio corpo, consegue mostrar os atributos que tanto mexerão com a imaginação dele. Nada de se entregar logo de cara, brinque de "mostra-esconde", ou seja, se a saia é curta cubra os seios com uma blusa discreta;

3. Destacar a feminilidade desperta a curiosidade masculina. Nada de falar e rir alto demais, a discrição conta pontos a seu favor. Prefira conversar num tom normal e gesticular sem muito exagero;

4. Respeitar a personalidade é ser verdadeira consigo. Não adianta apostar num saltão se você mal consegue se equilibrar nele. Opte por roupas e acessórios que a deixarão confortável e, acima de tudo, confiante para mostrar todo seu charme;

5. Estar visualmente atraente aproxima o alvo. Os homens são estimulados pela visão, por isso, o desleixo do look deve ceder lugar para roupas bonitas, make e cabelos caprichados.

 

4.

- Vou levar uma mulher nova

- ...

- Nova? Não uma mulher nova na idade. Lógico que não vou aparecer na sua formatura com uma mulher de 16 anos, mesmo que seja uma mulher de sexo, que uso, pago, por aí. Esta mulher tem sua função, sua utilidade. Não vai além disso. Seria ridículo, eu aparecer lá com a Edna, uma ninfa. Minha filha? Poderiam até pensar, mas ela revela-se. É o negócio dela.

-....

- Disse que levaria uma mulher nova, por ser uma mulher diferente das mulheres que tive até agora, com quem vivi até agora; uma mulher que vocês todas vão perceber que é diferente.

- Chique?

- Também, mas séria. Ciumenta.

- É a Bete?

- Não. Ela é a outra. Uma Outra Pessoa. Uma pessoa diferente. Uma mulher nova, que você não conhece.

- Por que você precisa ir acompanhado?

- Porque seu marido vai estar lá e sei que ele é ciumento e que ele sabe quem fui na sua vida. Porque, porque você disse para que eu me comportasse, para que não fizesse bobagens.

-...

- Sei o que quis dizer com isso. Quis dizer que não devo ficar olhando para o seu lado. Nem para ele e nem para seus filhos. Por isso, decidi ir acompanhado.

- Eu não gosto de te ver com mulher nenhuma do seu lado e tenho que me conter. Eu é que posso fazer bobagem.

- Melhor não ir.

- Essa conquista minha não é de mais ninguém. É uma conquista sua e você terá que ir ou vai me magoar muito.

- Vou e me comportarei.

5.

Padre Vieira e o Encoberto

A jogada do Padre Vieira com a crença do povo na Lenda de D. Sebastião e o processo na Inquisição

As formas de se apoderar das riquezas dos ricos - (1) o saque aos judeus e aos cristãos novos em Portugal – (2) tomando bens, na França, do ministro e o susto do rei com a fortuna do seu arrecadador – (3) nas guerras

As transferências de rendas – as guerras e os assaltos oficiais, as execuções religiosas – os saques aos bens dos alemães no Brasil durante a segunda guerra do século XX –

Os banqueiros presos Santos, do banco Santos; Cacciola; e Daniel Dantas

O saque dos bens do Estado (a apropriação invertida, McMafia, as privatizações etc. O papel de Thatcher e dos ingleses ao longo e séculos, com as piratarias, as companhias de exploração etc.)

6.

Quem sou eu

Uma questão inquietante. Sei que não sei quem sou.

Descubro que pessoas próximas também não sabem

Será importante sabermos quem somos de fato?

Melhor não seria sermos tudo o que pudéssemos ser, muitos, vários, múltiplos, assim como Ho Chi Minh, sessenta, oitenta identidades

Para que ser um, um único, o único, o ser perfeito, íntegro

Qual o sentido da integridade

 

7.

Ela diz

- Se você se revelar, você será admirado. Seus filhos vão gostar muito mais de você e vão compreende-lo

Ela fica nervosa

- Por que não me disse, antes, que sabia dançar tão bem, é um bailarino, sabe dançar xote, vanerão e tango. Por que não disse que sabe dançar?

- A Argentina é sexo puro. Tango é sexo puro.

- Vamos para a Argentina.

- A Argentina é aqui, agora.

 

29.07.2009